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RUI CHORA E QUESTIONA SE 48H COM O COMÉRCIO FECHADO É MAIS IMPORTANTE QUE A VIDA

Em um novo pronunciamento, o governador da Bahia, Rui Costa, se emocionou ao falar da prorrogação das medidas restritivas no estado, nesta segunda-feira (1º). Ele também questionou a população sobre o descumprimento das medidas implantadas para tentar impedir o aumento dos casos e mortes de Covid-19 no estado.

A Bahia tem 84% de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de acordo com dados da Central Integrada de Comando e Controle da Saúde.

“Eu espero que esse sufoco desses dias sirva para alertar aquelas pessoas que têm saído na rua sem máscara, que têm ido para festas e aglomeração. Eu quero que elas pensem. Se elas são evangélicas, católicas, espíritas, que pensem no exercício da nossa espiritualidade, da nossa fé, não pode ficar apenas na retórica”, disse Rui Costa.

O discurso de Rui foi bem duro com a população que tem aglomerado, sem se importar com os números de pessoas infectadas, e mortas em decorrência da COVID, principalmente aos prefeitos das cidades de Eunápolis, Teixeira de Freitas e Itamarajú, no sul da Bahia. Rui falou que espera que essas cidades tenham leitos extras, e respondam a população o que farão quando atingirem 100% de ocupação dos leitos de UTI.

“Nós temos que nos perguntar: ‘Quantas vidas humanas essa bebedeira vale?’. ‘Por quantas vidas humanas eu vou ser responsável, por ir para balada e festas em Teixeira [de Freitas], em Prado ou Eunápolis?’. ‘Quantas vidas humanas serão necessárias para justificar o meu comportamento?’. ‘Ah, eu tenho meu direito individual de ficar bêbado, de encher os bares, de ir para paredão no meio da rua’”, continuou.

O governador questionou ainda se direitos individuais estão acima do bem estar coletivo, de uma doença que ele mesmo caracterizou como coletiva.

“Seu direito individual é superior à dor de mães e pais que estão perdendo seus filhos? Acabei de ver agora há pouco um pai chorando, desesperado, porque perdeu a filha de 16 anos para a Covid-19”.

“Não é fácil. É duro receber mensagens de pessoas que perguntam assim: ‘E o meu negócio? E a minha loja?’. O que é mais importante: 48 horas de uma loja funcionando, ou a vida? Desculpe, eu não consigo falar”.

 

As medidas restritivas foi necessária, alegou Rui, porque este é o pior momento da pandemia desde março do ano passado.

“… Não é fácil e não gostaríamos de estar tomando decisões como essas. Gostaria sim, que todas as pessoas estivessem usando máscaras, mesmo aquelas que se consideram super homens, se consideram jovens. Se não for por eles, pelo menos que seja pelas mães, pelo pai, pela avó. Eu fico me perguntando se as pessoas sozinhas decretaram o fim da pandemia”.

Ele disse também que espera que essa prorrogação de 48 horas seja necessária para conter momentaneamente o avanço da pandemia, e que sente “inveja” de países onde as pessoas estão seguindo as medidas coletivas de proteção, como a China.

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