Seria o número de pessoas infectadas com a COVID-19 maior do que o demonstrado pelo governo? Ao que parece sim.
Não há testes suficientes para serem feitos em assintomáticos (aqueles que apresentam sintomas leves, ou nenhum sintoma), ou seja, muita gente pode ter a doença e não saber, e seriam essas pessoas as responsáveis pela maioria das transmissões.
Especialistas em infectologia afirmam que a decisão do país de testar apenas parte dos casos – estratégia oposta à recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de exames em larga escala – impede um mapeamento mais preciso da doença e pode reduzir a eficácia da prevenção.
Pesquisadores americanos que estudam a propagação do novo coronavírus estimam que o número real de casos pode ser de cinco a 30 vezes maior do que o divulgado oficialmente. Um estudo publicado na revista Science no início da pandemia por exemplo, apenas um em cada sete casos foram detectados em Wuhan, na China, assim boa parte das contaminações foi causada por pessoas aparentemente saudáveis.
Luciano Goldani, infectologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) afirma que é praticamente impossível saber qual a dimensão exata da covid-19 no país hoje. Uma maneira de driblar a escassez de kits de testes seria realizar exames por amostragem em alguns postos de saúde, chamados “sentinela”. A descoberta de um caso por esse método poderia indicar com antecedência, pelo menos, que já existe transmissão comunitária em uma região.
Em razão disso, concluímos portanto que o isolamento domiciliar visa não somente coibir a proliferação de coronavírus, mas também de outros problemas respiratórios. Se isolar é essencial para diminuir a curva da análise de pessoas infectadas, e que o SUS não entre em colapso. É preciso que medidas por parte do Governo Federal sejam tomadas, como a ampliação de testes em todas as pessoas que apresentem sintomas, não só os que já estão em estado grave de saúde em decorrência da infecção.
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