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MULHER MANTINDA EM CONDIÇÕES ANÁLOGAS A ESCRAVIDÃO TEVE ÚTERO RETIRADO E NOME USADO EM EMPRESAS POR “PATRÕES”

44 anos de condições análogas à escravidão na cidade de Porto Seguro, uma mulher teve até o útero removido sem consentimento, foi expulsa de casa e ainda teve empresas abertas em seu nome.

 

A denúncia aponta que Maria (nome fictício usado para preservar a identidade e a segurança da vítima), vai receber indenização de R$ 500 mil por conta da violência sofrida. Ela chegou à residência de Heny Peluso Loureiro quando tinha apenas 6 anos para trabalhar como empregada doméstica.

Na época não tinha certidão de nascimento, e o documento foi obtido pela patroa anos depois, com informações falsas.

 

Como não existia nenhuma informação sobre a origem dela, apenas registros de que não falava português quando chegou, suspeita-se que Maria tenha origem no continente africano.

 

A advogada do caso informou que Maria apresentou um caso de Mioma, um tumor benigno uterino comum em mulheres em idade reprodutiva. Os “patrões” Autorizaram a retirada de uma parte do corpo de Maria sem seu consentimento, e os filhos dos patrões solicitaram auxílio-doença em seu nome, sem também sem o conhecimento da vítima.

 

Quando a ex-patroa ficou doente, Maria passou a ser vista como “um fardo que os filhos de Henry Peluso não queriam carregar” , principalmente após a morte da mãe. A doméstica, então, foi expulsa da casa da família.

 

Ao juntar as provas para abrir o processo, a advogada descobriu que o nome da doméstica era utilizado sem o seu conhecimento. “Criaram empresas no nome dela, um CNPJ de uma barraca de lanches, um MEI, contas bancárias com movimentações altas e constantes”, explicou.

 

O Ministério Público do Trabalho (MPT – BA) abriu inquérito para apurar a situação após essas denúncias realizada pela advogada, o órgão ingressou com uma ação civil pública. A advogada informou que a vítima entrou com um processo na Justiça do Trabalho para cobrar o pagamento das verbas trabalhistas.

 

Durante os 44 anos em que foi mantida em condição análoga à escravidão, ela não estudou, não fez amizades, nem teve relacionamento amoroso. A vida dela era voltada totalmente para servir à família de Heny Peluso Loureiro, sem receber nada por isso, além de casa e comida.

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